Assim que abriu os olhos, sua esperança de que tudo acabaria desapareceu. As dores que sentia eram ainda maiores, seu choro era compulsivo e a angústia que estava em seu peito multiplicou-se algumas vezes. O remorso pelo que havia feito ainda assombrava sua consciência. Como fora capaz disso? Esfregava suas mãos em seu corpo como se tentasse arrancar a própria vida de sua morte. A confusão em sua mente crescia instante após instante e, à medida que tentava encontrar refúgio em meio ao caos em que se encontrava, sentia-se cada vez menor, mais abandonada e sozinha. Cecília só queria morrer… de novo. Novas etapas na evolução espiritual somente serão atingidas após a necessária libertação das dívidas de outrora e ninguém se libertará sozinho, mas sim junto às pessoas que no passado foram aprisionadas às dores e mágoas por nós mesmos causadas. Esta trama repleta de desejos, amores impossíveis, angústias e clamor pela liberdade leva a uma estrada redentora e de aprendizado na comprovação de que, inevitavelmente, ninguém foge de si mesmo.