Cristovam Buarque, mais uma vez, nos surpreende ao trazer uma profunda reflexão sobre os descaminhos da educação e da evasão escolar. Faz isso com maestria através de uma ficção investigativa, com elementos de suspense e mistério.
A falta de qualidade do nosso ensino, em total assimetria com os anseios e as percepções das crianças e jovens que frequentam nossas escolas, lançam-nas ao universo dos evadidos escolares. Todos são Jogados ao Mar da ignorância.
Trazendo elementos presentes em nossa sociedade, o autor esmiuça o interior das pessoas mais diversas — pais, filhos, alunos, professores, policiais, criminosos, comerciantes, voluntários sociais etc. — para nos dar uma visão profunda e cristalina da realidade do sistema de ensino nacional e seu descompasso em relação à visão de mundo dos que frequentam as salas de aula.
Tendo como ponto de partida o desaparecimento de um aluno — ao mesmo tempo filho, amigo — e a investigação de seu paradeiro, em busca pelo seu corpo, vivo ou morto, esta obra se desenrola em tramas que se entrelaçam e se desdobram em busca de outros que também foram jogados ao mar, sempre nos remetendo ao desencanto do alunato, mas também, em modo contrário, à esperança vinda da abnegação de professores e voluntários que se esmeram no aperfeiçoamento de seu trabalho em prol do progresso humano.
No processo investigativo de um repórter, em conflito com o de um delegado, e sob a pressão e manifestação de «Véspera», somos estimulados a discernirmos sobre o futuro que desejamos para as próximas gerações e o que queremos para nosso país.
Através da quebra de paradigmas, conceitos e preconceitos arraigados em todos nós, este livro encantará, inspirará e alentará os que a lerem, promovendo novas percepções e conhecimentos, aprimorando nosso saber.